quinta-feira, 13 de dezembro de 2007


Convite para Lançamento do Livro: "Antropólogos em Ação: Experimentos de Pesquisa em Direitos Humanos"

Organização: Soraya Fleischer, Patrice Schuch e Claudia Fonseca


“Qual a contribuição da antropologia para o estudo dos “direitos humanos”? Qual o papel do antropólogo na sociedade atual? Como dialogar com os grupos alvos das pesquisas antropológicas? O que o trabalho com objetos relacionados aos “direitos humanos” tem a contribuir para a formulação do saber antropológico, nos seus âmbitos teóricos e metodológicos? Essas são algumas das perguntas que os autores desse volume se propuseram a endereçar, na sua reflexão sobre temas e objetos delimitados na interseção entre o exercício da antropologia e o desafio dos “direitos humanos”. Para além das análises aguçadas sobre o tema tratado, o livro é singular na proposta de apresentar uma seleção de ricas monografias finais das disciplinas de "Antropologia e Direitos Humanos" e "Antropologia do Direito", escritas nos anos de 2005 e 2006 por estudantes de diferentes estágios do curso de graduação em Ciências Sociais da UFRGS. Sendo também uma fonte de dados sobre o aprendizado da antropologia e seus dilemas, este volume é um fino excerto da recente produção acadêmica discente da Antropologia gaúcha, privilegiando o exercício de construção de um saber que é processual, provisório e aberto à contestação.

Coquetel de Lançamento: 14/12/2007, às 19:00, no Auditório do ILEA (Ao final do seminário As Novas Tecnologias Reprodutivas em Perspectiva: narrativas e saberes interdisciplinares, a ser realizado a partir das 9:00h, no Auditório do ILEA, entrada franca).

Sobre a Coletânea:

“Esta coletânea traz uma contribuição significativa para a compreensão do “fazer antropológico” a partir da experiência de ensino e pesquisa de uma nova geração de antropólogos. Sob a orientação de uma professora experiente, com uma reconhecida carreira acadêmica, e duas jovens doutoras, que dividiram com ela a responsabilidade da disciplina de graduação sobre Direitos Humanos, no curso de Ciências Sociais da UFRGS, os estudantes foram estimulados a ir a campo e escrever suas monografias num trabalho coletivo de discussão e produção dos textos. Neste contexto, questões teóricas e práticas do ofício de antropólogo em sua relação com os sujeitos das pesquisas etnográficas ganha um tratamento crítico e reflexivo que aponta para novos horizontes.

Há uma originalidade nesta obra coletiva que é o de ter surgido de uma experiência de sala de aula que se desdobra em trabalho de campo, rompendo com a dicotomia, tantas vezes denunciada, entre ensino e pesquisa. Revela-se, assim, a vitalidade e originalidade da antropologia brasileira, reconhecida hoje como uma das antropologias nacionais mais produtivas no mundo. E, mais surpreendente é que esta coletânea tenha surgido de uma interação fecunda entre o trabalho profissional, o estágio docente de estudantes de pós-graduação e resposta de uma turma de graduação com garra e disposição para pensar os Direitos Humanos em suas múltiplas modalidades sociais. Assim, soma-se à qualidade dos textos aqui reunidos a exemplaridade do trabalho coletivo realizado.

O leitor que se aventurar por esta coletânea poderá perceber que se trata de uma obra muito bem estruturada, que apresenta um foco que perpassa a divisão do livro em três partes, cada qual destacando um aspecto da problemática dos Direitos Humanos. Observa-se o trabalho cuidadoso das organizadoras em estabelecer e explicitar a relação entre os textos, sem, no entanto, fechar o seu entendimento numa única interpretação. Embora a maioria dos textos tenha origem em monografias de estudantes, a sua qualidade e densidade teórica e analítica são excelentes. E, confirma-se, como enunciado na apresentação das organizadoras, o trabalho de aprofundamento e aprimoramento dos textos ao longo do processo de elaboração da coletânea.

Enfim, o livro será de grande interesse para os antropólogos, estudantes e profissionais, mas também para um público mais amplo que, cada vez com mais freqüência, se vê confrontado com questões de Direitos Humanos que vão muito além das fronteiras da antropologia e da área acadêmica. A reflexão dos autores traz para a consideração dos leitores os contextos de pesquisa de campo que podem contribuir para uma melhor compreensão dos problemas com que somos confrontados em nosso dia a dia quer como cidadãos quer como agentes sociais nas instituições governamentais e não-governamentais”.

Carlos Steil (Professor do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRGS)

Lista de Autores:

Claudia Fonseca (org.) é doutora em Antropologia pela Université Paris V, França, e professora titular do Departamento de Antropologia Social da UFRGS.

Damiana Bregalda é graduanda do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Débora Allebrandt é mestranda do programa de pós-graduação em Antropologia Social – PPGAS/ UFRGS e membro do Núcleo de Antropologia e Cidadania – NACi/UFRGS.

Eduardo Martinelli Leal é bolsista do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Educação, Exclusão e Violência Social – NUPEEEVS, vinculado à Faculdade de Educação da UFRGS.

Guilherme Orlandini Heurich é integrante do Núcleo das Comunidades Indígenas e Minorias Étnicas (NUCIME), Procuradoria da República no Rio Grande do Sul, Ministério Público Federal. Graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Jaqueline Russczyk é bacharel e licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS, atualmente mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFRGS, vinculada a linha de pesquisa Sociedade, Participação Social e Políticas Públicas.

Juliana Lopes de Macedo é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Socia da UFRGS, graduada em Ciências Sociais pela UFRGS, pesquisadora associada ao Núcleo de Antropologia do Corpo e da Saúde/UFRGS.

Laura Zacher é graduanda do Curso de Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e bolsista de iniciação científica do Grupo de Pesquisa Violência e Cidadania da mesma universidade, sob a orientação do Prof. José Vicente Tavares dos Santos.

Luis Felipe Rosado Murillo é bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/UFRGS.

Luísa Andrade de Sousa é bacharel em Ciências Sociais pela UFRGS, graduanda em Licenciatura em Ciências Sociais pela UFRGS, bolsista PIBIC-CNPq/UFRGS.

Márcio de Azeredo Pereira é graduando em Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Patrice Schuch (org.) é doutora em Antropologia Social pela UFRGS e, atualmente, é pesquisadora do Núcleo de Antropologia e Cidadania, desenvolvendo pesquisa sobre a implantação da justiça restaurativa no Brasil no âmbito de seu pós-doutorado financiado pelo CNPq.

Paulo Ricardo Capra é graduando de Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Roberta Reis Grudzinski é estudante de Graduação do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Samuel Thomas Jaenisch é graduando do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Salvador Dalí


"Toda a minha ambição, no plano pictórico, consiste em materializar com a fúria mais imperialista de precisão as imagens da irracionalidade concreta... que provisoriamente não são explicáveis, nem redutíveis pelos sistemas da intuição lógica, nem pelos mecanismos racionais" (Salvador Dalí)

Debate sobre o filme "Tropa de Elite"




domingo, 9 de dezembro de 2007

Mostra de filmes Protagonismo Popular na América Latina

17/ de dezembro

Un poquito de tanta verdad
um pouco de tanta verdade

JILL FREIDERG
2007 EUA 90 min.
En el verano del año 2006 estalló un levantamiento popular masivo y pacífico en el estado de Oaxaca, al sur de México. Algunos lo compararon con la Comuna de París, mientras que otros lo denominaron "la primera revolución latinoamericana del siglo XXI".
Pero fue el uso popular de los medios de comunicación lo que verdaderamente hizo historia en Oaxaca.
Un Poquito de Tanta Verdad muestra el fenómeno sin precedentes que tuvo lugar cuando decenas de miles de docentes, amas de casa, comunidades indígenas, trabajadores de la salud, campesinos y estudiantes se apoderaron de 14 emisoras de radio y una emisora de televisión, utilizándolas para organizar, movilizar y finalmente defender su lucha mancomunada en pos de justicia social, cultural y económica.
De los galardonados productores de Granito de Arena y This is What Democracy Looks Like , llega este íntimo e impresionante relato de la revolución que SÍ FUE televisada

18/ de dezembro

Memoria del Saqueo
Memória do Saque

Fernando Solanas
2004 Argentina/França/Suíça 120 min
A saída do governo do presidente argentino Fernando de La Rúa é o ponto de partida deste documentário que analisa os mecanismos que levaram a Argentina a mergulhar em uma crise sem precedentes na sua história.

1 9/ DE DEZEMBRO
SONHO REAL: UMA HISTÓRIA DE LUTA POR MORADIA
COLETIVO CENTRO DE MÍDIA INDEPENDENTE DE GOIANIA

2005Brasil60 min.
Documentário sobre a ocupação Sonho Real, em Goiânia. O vídeo mostra o desrespeito das autoridades e as violações dos direitos humanos desde antes da violenta desocupação.
A ocupação começou em maio de 2004 em uma área que estava abandonada há anos e rapidamente agregou cerca de 3 mil famílias. Em setembro, a justiça ordenou a reintegração de posse da área, prorrogada por motivos eleitoreiros até janeiro de 2005. Desde então:
Um Governador que prometeu e não cumpriu
A Justiça que decretou o despejo
Um Prefeito que poderia desapropriar e não o fez
A Polícia que foi lá e efetivou a ação

ROMPENDO O SILÊNCIO
MST
2006Brasil16 min.
No primeiro semestre de 2006, mulheres ligadas ao MST e à Via Campesina, movimento camponês mundial, ocuparam a fazenda da Aracruz Celulose no Rio Grande do Sul, destruíram suas plantações de eucalipto, laboratórios e milhares de mudas. A burguesia se escandalizou e a mídia tratou o episódio como caso de polícia. Mas o fato serviu para chamar a atenção da sociedade para a inversão da lógica econômica neoliberal: não há dinheiro para investir na agricultura e na produção de alimentos, mas sobra dinheiro para o agronegócio.
Este vídeo explica as razões que levaram as mulheres sem-terra a decidir pela ocupação e pela destruição das plantações e do laboratório da Aracruz Celulose. Encerrado o documentário, ficam as perguntas: o que significa a ação das camponesas diante dos 30 anos de destruição de matas nativas promovidos no Brasil pela Aracruz Celulose? O que vale a destruição de mudas de eucaliptos, o chamado "deserto verde", frente aos milhares de hectares de mata atlântica derrubados pela empresa desde que se implantou no Espírito Santo e no Rio Grande do Sul? O que se fez para resgatar as terras e a cultura subtraídas dos índios guaranis e tupiniquins?

20/ DEZEMBRO
BOLÍVIA: A GUERRA DO GÁS
CARLOS PRONZATO
2004Brasil 60 min.
Em outubro de 2003, no meio de uma crise social e econômica agravada pelo modelo neoliberal, Bolívia viveu um fato histórico de profundo significado para o continente: a denominada guerra do gás, que deixou 80 mortos e mais de 400 feridos. A decisão do governo de exportar gás aos EUA provocou uma insurreição popular contra o Estado que acabou ocasionando a renuncia do presidente Gonzalo Sanchez de Lozada , a derrota militar do exército e dos assessores da Embaixada norte-americana. O vídeo oferece uma reflexão dos acontecimentos a partir das vozes dos seus protagonistas ilustradas com potentes imagens de arquivo.

21/ DEZEMBRO
EL PAPEL DEL SUR
PRODUÇAO COLETIVA
2006Uruguai 40 min.
Informe realizado no marco do conflito gerado pela instalação de plantas de celulose em Fray Bentos, perto do Rio Uruguai. Uma situação que desencadeia diversas manifestações em ambas as margens do rio.

www.elaopa.blogspot.com
elaopa@bastardi.net

Prova: disciplina Antropologia do Direito

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
PROVA II – Profa: Patrice Schuch

1) Comente os versos abaixo, do poema “Nosso Tempo”, de autoria de Carlos Drummond de Andrade. Relacione o poema com alguma(s) perspectiva(s) dos autores brasileiros que estão refletindo sobre as dinâmicas dos processos de reforma legal brasileiros, pós-redemocratização social. De que forma a antropologia poderia contribuir na analise desses novos contextos políticos, sociais e culturais?

Esse é tempo de partido, tempo de homens partidos. Em vão percorremos volumes,viajamos e nos colorimos. A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua. Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos. As leis não bastam. Os lírios não nascemda lei. Meu nome é tumulto, e escreve-sena pedra. Visito os fatos, não te encontro. Onde te ocultas, precária síntese, penhor de meu sono, luzdormindo acesa na varanda? Miúdas certezas de empréstimos, nenhum beijosobe ao ombro para contar-mea cidade dos homens completos. Calo-me, espero, decifro.As coisas talvez melhorem. São tão fortes as coisas! Mas eu não sou as coisas e me revolto. Tenho palavras em mim buscando canal, são roucas e duras, irritadas, enérgicas, comprimidas há tanto tempo, perderam o sentido, apenas querem explodir (Carlos Drummond de Andrade, Nosso Tempo)

2) Produza uma crítica das análises de Roberto Kant de Lima sobre as especificidades da cultura jurídica brasileira, referindo suas diferenças em relação à cultura jurídica americana. O exemplo de filmes, casos jurídico-policiais e outros são bem vindos no esclarecimento de seu argumento.

3) Compare as perspectivas analíticas sobre a “força do direito” com aquelas que enfatizam as “seduções da ordem”. Privilegie dissertar sobre o método de trabalho, foco analítico e concepções sobre o direito presentes em cada uma das perspectivas.


4) Como a perspectiva do pluralismo jurídico, esboçada nos trabalhos de Boaventura de Souza Santos e Clifford Geertz, nos ajudaria ou não a entender novos dispositivos e práticas do sistema jurídico brasileiro (uso crescente do teste de DNA, concepções sobre direitos dos agentes jurídicos que implementam a reforma do campo de atenção ao adolescente infrator no RS, JECRIM’s, delegacias especializadas de polícia, etc)?

5) Considere a perspectiva de Teresa Caldeira sobre a “fala do crime”. Disserte sobre como a “fala do crime” poderia ser relacionada com a “cultura jurídica brasileira” e também com o novo contexto de renovação democrática existente na sociedade brasileira?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

As Novas tecnologias Reprodutivas Conceptivas em perspectiva: narrativas e saberes interdisciplinares

Data: 14 de dezembro de 2007.
Local: Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados (ILEA) - Campus do Vale, Prédio 43322 - Av. Bento Gonçalves, 9500, Porto Alegre.

9h Mesa de Abertura

10h Apresentação dos resultados da pesquisa:
“Fabricando a vida: implicações éticas culturais e sociais sobre o uso de NTRs”
Pesquisadoras:Débora Allebrandt
Juliana Lopes de Macedo
Simone Rolim de Moura

Intervalo 12:00 – 13:30 h

13:30 Mesa
Para quem se destinam as Novas Tecnologias Reprodutivas: perspectivas interdisciplinares sobre acesso e usos das NTRc
Ms. Suzana Zachia (Setor de Ginecologia e Obstetrícia - Hospital de Clínicas de Porto Alegre – HCPA;UFRGS)
Doutorando Pedro Nascimento (Programa de Pós-Graduação de Antropologia Social ; UFRGS
Dr. Roger Raupp Rios (Juiz Federal)

Intervalo 15:30 - 16h

16h Mesa
Novas tecnologias Reprodutivas em perspectivas contemporâneas
Profa. Dra. Marta Ramirez Gálvez (Universidade Estadual de Londrina)
Profa. Dra Maria Claudia Crespo Brauner (Universidade de Caxias do Sul – UCS)

17h Conferência:
“A gestação para outrém: uma bricolagem das representações da paternidade e da maternidade euro-americana”
Profa. Dra. Chantal Collard (Concórdia University – Montreal, Canadá)

19h – Coquetel de encerramento e lançamento do livro: “Fabricando a vida: implicações éticas, culturais e sociais sobre o uso de novas tecnologias reprodutivas”.

Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos.

Anais Nin