terça-feira, 27 de novembro de 2007

Convite para Palestra: Pesquisa e Políticas Públicas para Pessoas em Situação de Rua

Maria Antonieta da Costa Vieira - antropóloga e pesquisadora do FIPE/USP.

Data: 28/11/07
Local: Panteon/UFRGS (Campus do Vale)
Horário: 14:30h


Maria Antonieta da Costa Vieira é Cientista Social e doutora em Antropologia pela Unicamp. Defendeu a tese: À Procura de Bandeiras Verdes: Viagem, Missão e Romaria Movimentos Sócio-Religiosos na Amazônia Oriental, sob orientação de Carlos Rodrigues Brandão.
Participou de pesquisas sobre População de Rua em São Paulo, é membro do Fórum Nacional de Estudos sobre a População de Rua, atuante do Movimento Nacional de Catadores. É pesquisadora da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE/SP, membro integrante dos estudos para o Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

GT 14 - Direitos Humanos, Práticas de Justiça e Diversidade Cultural

26ª Reunião Brasileira de Antropologia, 01 a 04 de junho, Porto Seguro - BA

GT 14 - Direitos Humanos, Práticas de Justiça e Diversidade Cultural
Coordenadoras: Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer (FFLCH - USP) , Patrice Schuch (UFRGS)

A retórica dos "direitos humanos" constitui um dos discursos políticos mais importantes de nosso cenário contemporâneo, ensejando projetos e frentes de transformação social e suscitando o engajamento acadêmico, moral e político de vários agentes e agências. Muitos trabalhos antropológicos têm discutido as inter-relações entre direitos humanos, práticas de justiça e diversidade cultural. Esses trabalhos têm destacado a atuação de instituições de proteção e promoção dos direitos humanos, seus projetos e efeitos, assim como a multiplicidade das práticas e sentidos de justiça e dignidade humanos elaborados à luz de experiências sociais particulares de agentes diversos. Este GT pretende reunir trabalhos dessa natureza, com vistas a criar um fórum de debates voltado para a interface entre direitos humanos, práticas de justiça e diversidade cultural, dando especial atenção às relações entre projetos de promoção e proteção dos direitos humanos e sensibilidades jurídicas particulares.

Tipos de participação:
Nesta edição a RBA disponibilizará duas formas de apresentação de trabalhos nos GTs:
1. Propostas para apresentação oral.
2. Propostas para exibição de painéis (atividade voltada prioritariamente para graduados e/ou graduandos).

Data limite para submissão de propostas: 29 de janeiro de 2008.

Informações sobre os procedimentos de submissão e de inscrição:
As inscrições de propostas de Apresentação Oral nos Grupos de Trabalho serão realizadas exclusivamente por meio do site da 26ª RBA.
A proposta de Apresentação Oral nos Grupos de Trabalho deve conter informações pessoais do proponente de acordo com a ficha de inscrição e as seguintes informações do trabalho:

Título
Resumo (com até 1500 caracteres com espaço)

Cada participante poderá submeter trabalho a apenas um Grupo de Trabalho.


A seleção de apresentações orais será de responsabilidade do coordenador que considerará a seguinte composição final dos participantes:
50% de sócios da ABA (em dia)
25% de orientandos de sócios da ABA (em dia).
25% livre.

Os interessados em submeter proposta de filiação à ABA devem estar com toda a documentação completa em 10 de dezembro de 2007. Maiores informações no site da ABA (aba@abant.org.br).

Data de divulgação das propostas selecionadas: 27 de fevereiro de 2008

Retração do PIB Gaúcho

Nordeste, Norte e Sudeste aumentam participação no PIB do país
(fonte: Redação da Uol, em São Paulo)


A contribuição das regiões Nordeste, Norte e Sudeste para o PIB (Produto Interno Bruto) nacional aumentou de 2004 para 2005, enquanto a do Centro-Oeste e do Sul caiu, segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O Sudeste registrou o maior aumento. O PIB da região, que em 2004 correspondia a 55,8% do total nacional, passou para 56,5% no ano seguinte, considerando os dados da nova série. Na forma antiga de cálculo, o PIB do Sudeste equivalia a 54,9% do total do país em 2004. Para 2005, há dados apenas da nova série.
Nos Estados do Norte, o PIB correspondia a 4,9% da economia nacional em 2004; no ano seguinte, subiu levemente e alcançou 5%. Nos do Nordeste, a participação sobre o total do país passou de 12,7% para 13,1%. A região Sul viu sua fatia cair de 17,4% do PIB nacional, em 2004, para 16,6%. O Centro-Oeste passou de 9,1% para 8,9%. ConcentraçãoApesar do crescimento das regiões Nordeste e Norte, a economia brasileira continua concentrada no Sudeste e no Sul. Os sete Estados mais ricos eram responsáveis por 75,2% do PIB nacional em 2005, mesmo percentual do ano anterior. Entre os sete Estados com maior PIB, apenas a Bahia não pertence ao Sudeste nem ao Sul. São eles: São Paulo (com participação de 33,9% no PIB nacional em 2005), Rio de Janeiro (11,5%), Minas Gerais (9%), Rio Grande do Sul (6,7%), Paraná (5,9%), Bahia (4,2%) e Santa Catarina (4%).
O Estado que mais cresceu de 2004 para 2005 foi o Amazonas, cuja economia saltou 10,2%. Acre, Maranhão e Tocantins vêm em seguida, com expansão de 7,3% cada. No período, o PIB brasileiro teve expansão de 3,2%.Os que menos cresceram foram São Paulo (3,6%), Mato Grosso do Sul (3,4%), Ceará (3%), Rio de Janeiro (2,9%) e Santa Catarina (1,6%).
O Paraná e o Rio Grande do Sul foram os únicos que tiveram retração, de 0,1% e 2,8%, respectivamente.
O Distrito Federal continua sendo a unidade federativa de maior PIB per capita, de R$ 34.510, valor de 2005. Em seguida, vêm São Paulo (R$ 17.977) Rio de Janeiro (R$ 16.052) e Santa Catarina (R$ 14.539). O menor PIB per capita do país ainda é do Piauí, de R$ 3.700 (pouco mais de um décimo do registrado no DF). Depois vêm Maranhão (R$ 4.150) e Alagoas (R$ 4.687).

domingo, 21 de outubro de 2007

Ciclo de Palestras: Experiências, Dilemas e Desafios do Fazer Etnográfico Contemporâneo

08 e 09 de Novembro de 2007 - Campus do Vale/UFRGS
OBJETIVO: Reunir pesquisadores de diversos estágios do processo de formação profissional para discutir o exercício da antropologia e modo de prática antropológica, a partir de relatos de experiências. O interesse é debater, a partir de casos concretos, como a prática da etnografia é exercida. Visa-se, de um lado, possibilitar o compartilhamento de dilemas constitutivos do fazer antropológico, ampliando sua discussão e aproximando novos pesquisadores com o dia a dia da antropologia e, de outro lado, alimentar reflexões profícuas com a teoria antropológica e com a formação de conhecimento em antropologia social.
O ciclo de palestras refletirá sobre a realização de etnografias em segmentos sociais singulares, tais como juízes, médicos e instituições públicas. Discutiremos as formas de inserção em campo, questões éticas e modos de transcrever a experiência de pesquisa em diários de campo. O ciclo de palestras também problematizará a abordagem etnográfica em trabalhos de campo de curta duração, realizados por demandas pontuais de instituições e agências governamentais. O eixo de interlocução entre as diversas discussões propostas é: desafios etnográficos e práticas antropológicas.

Coordenação: Patrice Schuch, Miriam Steffen Vieira, Roberta Peters, Alinne Bonetti e Soraya Fleischer.

Apoio: Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, UFRGS, FAPERGS, CAPES e CNPq.

PROGRAMAÇÃO

08 de novembro
- 14h sala Multimeios: Antropologia em Campos "Up"
Coordenadora: Miriam S. Vieira (NACi/UFRGS)
Debatedor: Pedro Nascimento (NACi/UFRGS)

Apresentadoras: Patrice Schuch (NACi/UFRGS): Pesquisa no campo judicial; Elizabeth Zambrano (NUPACS/UFRGS): Pesquisa com médicos; Lúcia Müller (PUCRS): Pesquisa com a bolsa de valores

- 18h sala Multimeios: Etnografias a Jato
Coordenadora: Fernanda Bittencourt Ribeiro (PUCRS)
Debatedora: Heloísa Paim (NACi/UFRGS e UFF)

Apresentadores: Daniela Knauth (NUPACS/UFRGS): Pesquisa no campo da saúde; José Otávio Catafesto (NIT/UFRGS): Laudos sobre comunidades indígenas; Vera Rodrigues (NACi/UFRGS): Laudos sobre comunidades quilombolas

09 de novembro

- 9h sala Multimeios: Fragmentos de Diários - Estratégias Narrativas, Retóricas, Éticas e Políticas para se In/Escrever o Fazer Etnográfico.
Coordenadora: Roberta Peters (NACi/UFRGS)
Debatedora: Alinne Bonetti (SPM/PR)

Apresentadoras: Miriam Vieira (NACi/UFRGS): Diário numa instituição do sistema de justiça; Ivan Paolo de Paris Fontanari (PPGAS/UFRGS): Diário de uma festa; Patrícia Claudia Fasano (NACi/UFRGS): Diário dos labirintos da fofoca num bairro popular

- 14h Panteon: Ética e pesquisa antropológica.
Convidada: Marlene Tamanini (UFPR)

Encerramento: Claudia Fonseca

Local: UFRGS – IFCH/Campus do Vale. Av Bento Gonçalves, 9500.
Informações: tel 3308 6867
Inscrições no primeiro encontro. Entrada Franca.

Vídeo: Segregação espacial e cercamento da cidadania

O vídeo foi feito a partir de uma pesquisa realizada nos meses de maio e junho de 2007, pela estudante de Ciências Sociais Caroline Quadros, em companhia de mais dois colegas. A pesquisa originou um trabalho para a disciplina de Sociologia Urbana (em grupo) e um artigo para a disciplina Antropologia X - Antropologia e Direitos Humanos/2007, realizado por Caroline Quadros.
Para a realização do vídeo, foi feita uma nova pesquisa de campo para coletar imagens do condomínio estudado e entrevistas gravadas de seus moradores. Essa segunda experiência de campo enriqueceu a pesquisa, pois novos depoimentos, informações e até mesmo impressões sobre a história do local e a percepção dos moradores foram conseguidos através dela. O vídeo apresenta uma síntese dos dados recolhidos e das reflexões feitas a partir deles.
O vídeo tem 14:30 minutos e pode ser conferido no espaço do site da UFRGS que tem trabalhos inscritos na XVI Feira de Iniciação Científica: http://ufrgsweb.ufrgs.br/node/280

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Convite: Olhares antropológicos sobre a comunicação midiática e não midiática

Coordenação: Nara Magalhães

Data: 05 de outubro/07

Atividades:
Das 14h até 16h
Palestra com professoras convidadas:
Dra. Nilda Jacks e Dra. Virgínia Fonseca
Depto. Comunicação e PPGCOM/UFRGS

Intervalo

Das 16h até às 18h
Apresentação de trabalho de pesquisa
Patrícia Claudia Fasano

Local: Auditório novo prédio A2

OBS: O auditório se localiza no início do corredor do prédio de sala de professores da área de antropologia.
Esta atividade integra o Colóquio Relatos e Relatórios de Pesquisa do NACi/2007

sábado, 25 de agosto de 2007

Seminário: Antropologia e Direitos Humanos: Entre Poderes Nativos e Saberes Ativos

Santa Maria, 24, 25 e 26 de setembro de 2007.
Auditório da Prograd / FATEC – Campus da UFSM

24 de setembro (segunda-feira)
14:00h - Mesa de abertura.
Prof. Clovis Lima (Reitor - UFSM)
Prof. Jorge Luiz da Cunha (Prograd - UFSM)
Prof. Rogério Ferrer Koff (Diretor do CCSH-UFSM)
Prof. Maria Alcione Munhóz (Diretora do CE-UFSM)
Prof. Guilherme José da Silva e Sá (Ciências Sociais - UFSM)
14:30 – Conferência Antropologia e Direitos Humanos - Profa. Claudia Fonseca (NACI/UFRGS)

15:30h – Exibição de filme: “Uma história severina” (23m) - Comentários Ms. Andréa Fachel Leal (NUPACS-UFRGS)

16:00h – Mesa Saúde e direitos sexuais e reprodutivos.
Profa. Mari Cleise Sandalowski (Ciências Sociais – UFSM) - debatedora
16:00 Ms. Paula Sandrine Machado (NUPACS-UFRGS)
16:30 Ms. Andréa Fachel Leal (NUPACS-UFRGS)
17:00 Dr. Rafael Pagnon Cunha (juiz vara da família / Santa Maria)
17:30 Pausa para um cafezinho
17:45 Ms. Débora Allenbrandt (NACI/UFRGS)
18:15 Ms. Pedro Nascimento (NACI/UFRGS)
18:45 Debate

19:00 - Exibição de Filme: “Transamérica” – Comentários Profa. Guacira Louro (NUPACS/GEERGE)

25 de setembro (terça-feira)

8:30h – Mesa Fronteiras étnico-culturais contemporâneas.
Profa. Maria Catarina Chitolina Zanini (Ciências Sociais – UFSM) - debatedora
8:30 Profa. Denise Jardim (NACI/UFRGS)
9:00 Profa. Luciana Hartmann (Artes Cênicas – UFSM)
9:30 Profa. Ceres Karan Brum (Educação – UFSM)
10:00 Pausa para um cafezinho
10:15 Ms. Rosana Pinheiro Machado (PPGAS-UFRGS)
10:45 Debate

14:00h – Mesa Políticas públicas e movimentos sociais
Profa. Zulmira Newlands Borges (Ciências Sociais – UFSM) - debatedora
14:00 Ms. Elizabeth Zambrano (NUPACS/UFRGS)
14:30 Profa. Fátima Perurena (Ciências Sociais – UFSM)
15:00 Profa. Daniela Knauth (NUPACS/UFRGS)
15:30 Pausa para um cafezinho
15:45 Profa. Dagmar Meyer (Educação – UFRGS)
16:15 Ms. Vera Rodrigues (NACI/UFRGS)
16:45 Debate

19:00h – Mesa Populações e seus ambientes de direito:
Prof. João Vicente Costa Lima (Ciências Sociais – UFSM) - debatedor
19:00 Prof. Clóvis Schmitt Souza (Ciências Sociais – UFSM)
19:30 Ms. Ana Paula Comin (INCRA & NACI/UFRGS)
20:00 Ana Elisa Freitas (Prefeitura Porto Alegre)
20:30 Ms. Fanny Longa (NACI/UFRGS)
21:00 Debate

26 de setembro (quarta-feira)

8:30h - Mesa Justa causa: antropologia e cidadania.
Prof. Prof. Guilherme Corrêa (Educação – UFSM) - debatedor
8:30 Dra. Simone Fortes Barbisan (juíza / Santa Maria)
9:00 Profa. Patrice Schuch (NACI/UFRGS)
9:30 Prof. Rogério Rosa (NACI/UFPEL)
10:00 Pausa para um cafezinho
10:15 Dr. Roger Raupp Rios (juiz)
10:45 Profa. Nara Ramos (Educação – UFSM)
11:15 Debate

14:00h – Mesa Perspectivas afirmativas para uma educação na alteridade.
Prof. Guilherme José da Silva e Sá (Ciências Sociais – UFSM) - debatedor
14:00 Prof. Jorge Luiz da Cunha (Prograd - UFSM)
14:30 Profa. Jania Maria Lopes Saldanha (MILA – UFSM)
15:00 Profa. Deise Freitas (Educação – UFSM)
15:30 Pausa para um cafezinho
15:45 Prof. José Carlos Gomes dos Anjos (Ciências Sociais – UFRGS)
16:15 Ms. Laura Lopes (NACI/UFRGS)
16:45 Profa. Zulmira Newlands Borges (Ciências Sociais – UFSM)
17:15 Debate

19:00h – Apresentação de peça teatral: “A Prostituta Respeitosa”, monólogo baseado em obra homônima de Jean Paul Sartre.

21:00h – Confraternização de encerramento

Apoio:
Universidade Federal de Santa Maria
NACI - Núcleo de Antropologia e Cidadania - UFRGS
NUPACS - Núcleo de Pesquisa em Antropologia do Corpo e da Saúde – UFRGS
GEERGE - Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero – UFRGS
DOM – Grupo de Estudos em Antropologia e Educação – UFSM
NECON – Núcleo de Estudos Contemporâneos - UFSM
GEPACS – Grupo de Estudos de Antropologia do Corpo e da Saúde - UFSM
CLIO - Núcleo de estudos sobre memória e educação
Centro de Ciências Sociais e Humanas – UFSM
Centro de Educação - UFSM
Departamento de Ciências Sociais – UFSM
Departamento de Fundamentos da Educação - UFSM
Pró-reitoria de graduação – UFSM
Afirme – Observatório de Ações Afirmativas para acesso e permanência nas Universidades Públicas da América do Sul.
Mestrado em Integração Latino-americana – UFSM
Associação Brasileira de Antropologia
Diretório Acadêmico de Ciências Sociais - UFSM

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Disciplina Antropologia VIII - Temas em Antropologia Social I - "Antropologia do Direito"

Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Carga Horária: 4 créditos – 60 horas
Semestre: 02/2007
Professora: Patrice Schuch


Súmula: Principais abordagens teóricas e etnográficas da antropologia do direito/legal.

Objetivos: A disciplina visa fornecer um instrumental analítico e etnográfico, que possibilite situar objetos próprios de uma “antropologia do direito/legal”. Serão discutidas as principais abordagens clássicas e contemporâneas sobre o tema, enfatizando suas potencialidades para o estudo contextualizado de objetos como o funcionamento dos sistemas judiciais, a luta por justiça, as negociações e os significados de conflitos diversos, a participação em domínios legais e os usos da lei por agentes específicos, etc.

Tópicos Programáticos: O curso está organizado para abranger: 1) Formas de Regulação Social; 2) Tecnologias de Governo; 3) A Força do Direito e as Seduções da Ordem; 4) Existe uma Especificidade Brasileira?

Sistemática das Aulas: Aulas expositivas; seminários, filmes, discussão dos textos e realização de trabalhos. A participação do aluno nas aulas e a leitura dos artigos selecionados no programa são fundamentais para o sucesso da disciplina

Avaliação: Os alunos receberão notas de 1 a 10 por cada uma das seguintes atividades: 1) Freqüência, participação em aula e apresentação dos textos (20%); 2) entrega dos exercícios solicitados ao longo do semestre (20%); 3) 2 Provas individuais (60%); A nota final será convertida em conceitos a partir da seguinte equivalência: A= 9 a 10; B= 8 a 8,9; C=7 a 7.9; e D = menos de 7.


Conteúdo:
BLOCO I: Formas de Regulação Social

Semana 1: Apresentação do programa da disciplina e introdução ao tema.
SCHUCH, Patrice. “Antropologia do Direito”: dos contratos aos valores e significados em relações de poder”. POA, NACI/UFRGS, Mimeo.

Semana 2: Marcel Mauss, a influência francesa e a moral da dádiva
MAUSS, M. “Ensaio sobre a dádiva: Forma e razão da troca nas sociedades arcaicas”. In: Sociologia e Antropologia, vol. I, São Paulo: Edusp, 1974. Parte I (p. 185-210) e (211-264).

Semana 3: Bronislaw Malinowski, a análise funcionalista das interdependências
MALINOWSKI, Bronislaw. Crime e Costume na Sociedade Selvagem. Brasília, Editora da UnB, 2003.

Semana 4: A Honra e Fofoca
BOURDIEU, Pierre. “O sentimento da honra na sociedade Cabília”. In: Honra e Vergonha: Valores das Sociedades Mediterrâneas”. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1965.
FONSECA, Claudia. “Fofocas e Violência”. In: Família, Fofoca e Honra. Porto Alegre, Ed. UFRGS, 2000, p. 13-51.

Sugestão de Leitura Adicional: ELIAS, Norbert. e SCOTSON, John L. “Observações sobre a Fofoca”. In: Os Estabelecidos e os Outsiders. RJ, Jorge Zahar Editor, 2000, p. 121-133.

Semana 5: A Circulação de Crianças
Filme Etnográfico: FONSECA, Claudia. “Ciranda, Cirandinha”.

TRABALHO EM GRUPO


BLOCO II: Tecnologias de Governo

Semana 6: Estilos Penais e a Formação do Delinqüente
FOUCAULT, Michel. “O Corpo dos Condenados” (p.9-29); “Ilegalidade e Delinqüência” (p.215-242) e “O Carcerário” (p. 243-254). In: Vigiar e Punir. História da Violência nas Prisões. Petrópolis, Vozes, 2002 (25º edição).

Leitura Complementar: FOUCAULT, Michel. “A Governamentalidade”. In: Microfísica do Poder. RJ, Edições Graal, 1979. (11º impressão), p. 277-293.

Semana 7: O Biopoder
FOUCAULT, Michel. “Aula de 17 de Março de 1976”. In: Em Defesa da Sociedade. Curso no Collège de France. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 285-315.

INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS. “Entrevista com Ian Hacking: Há muita informação genética codificada nas raças tradicionais”. In: Revista do Instituto Humanitas Unisinos, ed. 217, 30 de abril de 2007. http://www.unisinos.br/ihuonline/index.php?option=com_destaques_semana&Itemid=24&task=detalhes&idnot=349&idedit=7

RABINOW, Paul. Antropologia da Razão – Ensaios de Paul Rabinow. Rio de Janeiro, Relume Dumará, 2002.

RABINOW, Paul. “O Conceito de Biopoder Hoje”. In: Política & Trabalho - Revista de Ciências Sociais. João Pessoa, n. 24, abr./2006, p. 27-57.

Semana 8: PROVA INDIVIDUAL


BLOCO III: A Força do Direito e as Seduções da Ordem

Semana 9: A Força do Direito
BOURDIEU, Pierre. “A força do direito”. In: O Poder Simbólico. Lisboa, Difel, 1989, p. 235-254.

CORREA, Mariza. Morte em Família: Representações Jurídicas de Papéis Sexuais. RJ, Graal, 1983.

SCHUCH, Patrice. “A Judicialização do Amor: Sentidos e Paradoxos de uma Justiça “Engajada”. In: FERREIRA, Jaqueline e SCHUCH, Patrice. Práticas de Justiça, Humanitarismo e Diversidade Social. (no prelo).

Semana 10: As Seduções da Ordem e a Consciência Legal
VELLASCO, Ivan de Andrade. “A Demanda pela Ordem”. In: As Seduções da Ordem. SP, EDUSC/ANPOCS, 2004, p. 149-226.

MERRY, Sally Engle Getting Justice and Getting Even. Legal Consciousness Among Working-Class Americans. Chigago, The University of Chicago Press, 1990.

MÜLLER, Cíntia. Etnografia da Consciência Legal. POA, Dissertação de Mestrado, PPGAS/UFRGS, 2001.

Semana 11: Pluralismo Jurídico
SANTOS, Boaventura de Sousa. O Discurso e o Poder: Ensaio sobre a Sociologia da Retórica Jurídica. Porto Alegre, Fabris, 1988.

GEERTZ, Clifford. “Fatos e Leis numa Perspectiva Comparativa”. In: O Saber Local.Petrópolis, Vozes, 2001(4º edição), p. 324-356.

BLOCO IV: Existe uma Especificidade Brasileira?

Semana 12: Tradição Jurídica Brasileira e Dilemas da Cidadania no Brasil
LIMA, Roberto Kant. “Polícia, Justiça e Sociedade no Brasil: uma abordagem comparativa dos modelos de administração de conflitos no espaço público”. In: Revista de Sociologia e Política. Nº 13, nov. 1999, p. 23-38. (Disponível on line).

LIMA, Roberto Kant de.“Introdução”. In: A Polícia no Estado do Rio de Janeiro. 2a.ed. Forense : Rio de Janeiro, 1995, pp. 1 - 21.

Semana 13: Crime, Segregação e Democracia no Brasil
Filme: Justiça

CALDEIRA, Teresa. “Introdução” (p. 9-23); “Falando do Crime e Ordenando o Mundo” (p. 27-56) e “A Implosão da Vida Pública Moderna” (p. 301-340). In: Cidade de Muros. Crime, Segregação e Cidadania em São Paulo. SP, Ed. 34/EDUSP, 2002.

Semana 14: “A Era dos Direitos”: Um Campo de Possibilidades
CARDOSO DE OLIVEIRA, Luis Roberto. Direitos, Insulto e Cidadania (Existe Violência sem Agressão Moral?). In: Série Antropologia. Nº 371. Brasília, UNB, 2005 (mimeo). Disponível on line.

DEBERT, Grita Grin. “Conflitos Éticos nas Delegacias de Defesa da Mulher”. In: DEBERT, Guita Grin; GREGORI, Maria Filomena e PISCITELLI, Adriana. Gênero e Distribuição da Justiça: as Delegacias de Defesa da Mulher e a Construção das Diferenças. Campinas, Unicamp, 2006, p. 13-56.

FONSECA, Claudia. “O direito ao teste de paternidade: acesso à justiça ou lógica consumista?”. In: FERREIRA, Jaqueline e SCHUCH, Patrice. Práticas de Justiça, Humanitarismo e Diversidade Cultural. (no prelo).

SCHUCH, Patrice. “Amor, Paz e Harmonia em Assuntos de Justiça: o Brasil e os Princípios Internacionais dos Direitos da Criança e do Adolescente”. In: FONSECA, Claudia e SCHUCH, Patrice. Políticas Públicas para uma Realidade que não Deveria Existir. Porto Alegre, Editora da UFRGS, 2007 (no prelo).

Semana 15: PROVA INDIVIDUAL

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

A Flor e a Náusea

(Carlos Drummond de Andrade)

Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que triste são as coisas, consideradas em ênfase.

Vomitar este tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam pra casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.