quarta-feira, 25 de abril de 2012
Hoje o STF julgará as cotas
Elio Gaspari
O Supremo Tribunal Federal julgará hoje a constitucionalidade das cotas para afrodescendentes e índios nas universidades públicas brasileiras. No palpite de quem conhece a Corte, o resultado será de, pelo menos, sete votos a favor e quatro contra. Terminará assim um debate que durou mais de uma década e, como outros, do século XIX, expôs a retórica de um pedaço do andar de cima que via na iniciativa o prelúdio do fim do mundo.
Em 1871, quando o parlamento discutia a Lei de Ventre Livre, argumentou-se que, libertando-se os filhos de escravos, condenava-se as crianças ao desamparo e à mendicância. "Lei de Herodes", segundo o romancista José de Alencar. Quatorze anos depois, tratava-se de libertar os sexagenários. Outro absurdo, pois significaria abandonar os idosos. Em 1888 veio a Abolição (a última de país americanos independente), mas o medo a essa altura era menor, temendo-se apenas que os libertos caíssem na capoeira e na cachaça. Como dizia o Visconde de Sinimbu: "A escravidão é conveniente, mesmo em bem ao escravo". A votação do projeto foi acelerada pelo clamor provocado pelo linchamento de um promotor que protegia negros fugidos no interior de São Paulo. Entre os assassinos estava James Warne, vulgo "Boi", um fazendeiro americano, que emigrara depois da derrota do Sul na Guerra da Secessão.
As cotas seriam coisa para inglês ver, "lumpenescas propostas de reserva de mercado". Estimulariam o ódio racial e baixariam a qualidade dos currículos da universidades. Como dissera o Barão de Cotegipe, "brincam com fogo os tais negrófilos". Os cotistas seriam incapazes de acompanhar as aulas. Passaram-se dez anos, pelo menos 40 universidades instituíram cotas para afrodescendentes, e hoje há milhares de negros exercendo suas profissões graças à iniciativa. O fim do mundo ficou para a próxima. Para quem acha que existe uma coisa como ditadura dos meios de comunicação, no século XXI, como no XIX, todos os grandes órgãos de imprensa posicionaram-se contra as cotas. Ressalve-se a liberdade assegurada aos articulistas que as defendiam.
Julgando a constitucionalidade das iniciativas das universidades públicas que instituíram as cotas, o Supremo tirará o último caroço da questão. No memorial que encaminharam na defesa do sistema, os advogados Marcio Thomaz Bastos, Luiz Armando Badin e Flávia Annenberg começaram pelos números:
"Em 2008, os negros e os pardos correspondiam a 50,6% da população e a 73,7% daqueles que são considerados pobres." (...) Em 1997, 9,6% dos brancos e 2,2% dos pretos e dos pardos de 25 ou mais de idade tinham nível superior".
E concluíram: "A igualdade nunca foi dada em nossa história. Sempre foi uma conquista que exigiu imaginação, risco e, sobretudo, coragem. Hoje não é diferente".
O senador Demóstenes Torres, campeão do combate às cotas, chegou a lembrar que a escravidão era uma instituição africana, o que é verdade, mas não foram os africanos que impuseram a escravatura ao Brasil. Nas suas palavras: "Não deveriam ter chegado aqui na condição de escravos, mas chegaram...".
Hoje, o Supremo virará a última página dessa questão. Ninguém se lembra de James Warne, mas Demóstenes será lembrado por outras coisas.
Eles estimulariam o ódio racial e rebaixariam as universidades, mas, como no século XIX, era tudo lorota.
Elio Gaspari
domingo, 15 de abril de 2012
O Tablado da Corte
o tablado da Corte
Bastidores do mais importante julgamento do Supremo Tribunal brasileiro

BRASÍLIA
Na curva de acesso ao STF, o taxista dá seu veredicto: "A senhora não vai conseguir entrar vestida desse jeito, não". O "desse jeito" era um vestido com mangas até o meio do braço e comprimento até a patela, preto como azeviche, que insinuava a proeminência das minhas clavículas. "Nem com este xale?", inquiri, enrolando uma echarpe no ombro. "Sei não, já deixei muita mulher aqui que mostrava o pescoço e ficou na porta sem solução", afirmou, assinando o recibo da corrida. "Mas Deus é mais, a senhora há de conseguir."
A fila exibia de tudo, cobertos e descobertos, e quem não parecia sóbrio o suficiente para peitar o cerimonial arrumou um casaco ou voltou pra casa. Os autorizados passamos por um raio X ao lado da entrada central, bloqueada por um busto da Justiça esculpido por Alfredo Ceschiatti. Já no plenário, e apesar dos 15 minutos de atraso, nem sombra dos ministros. Mas um homem de toga circulava na frente das câmeras da TV Justiça. Era Luciano Alencar da Cunha, representante da Associação Jurídic0-Espírita de Minas Gerais, que pleiteava dar a palavra pró-vida. Queria concorrer com Luís Roberto Barroso, defensor da ação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), que motivara o julgamento da interrupção da gestação de fetos sem cérebro. Barroso tinha direito à sustentação oral do que emergia como a mais importante decisão da história da Corte, nas palavras do presidente Cezar Peluso, que aos 30 minutos do primeiro tempo adentrou o recinto depois que uma sirene instou a plateia a ficar de pé.
Atrás dele vieram o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o escrivão Luiz Tomimatsu e mais nove ministros, todos seguidos pelos seus respectivos "capinhas", meirinhos que vieram ao mundo para servir. Paramentados com minipelerines pretas, eles ajudam os ministros a vestir as togas, trazem-lhes o café, levam a xícara usada, carregam a papelada do processo, ajeitam o laptop, ouvem e dizem coisas ao pé do ouvido, num vaivém ao mesmo tempo esvoaçante e silencioso. Nesse primeiro momento, puxam as cadeiras dos ministros como garçons. Um capinha está de folga, o de Dias Toffoli, que se declarou impedido de votar neste julgamento por ter participado do processo quando advogado geral da União e por ter emitido parecer a favor da legalidade da interrupção da gestação de feto anencéfalo. O escrivão anuncia quase inaudivelmente o que será julgado – a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 54 - e o presidente Cezar Peluso resmunga o nome de Luís Roberto Barroso, que então se posiciona de frente para o tablado e de costas para a audiência, onde uma legião de celulares, iPads, iPods, MacBooks, Dells e singelos post its passa a agir na surdina.
Barroso centra sua sustentação "na tortura psicológica que é sair da maternidade com um pequeno caixão e ainda secar o leite produzido para ninguém". Afirma que estamos atrasados, "a descriminalização desse caso é a posição de todos os países democráticos do mundo" e enumera Canadá, EUA, França, Espanha, Japão. Também insiste que a interrupção terapêutica de gestação de feto anencéfalo não é aborto porque o cérebro do feto nem sequer começa a funcionar. "Então não há vida em sentido técnico e jurídico. De aborto não se trata."
Por aí segue sua argumentação, seguida da do procurador-geral da República em linha semelhante, que enfatizou a confortável certeza médica sobre o diagnóstico de anencefalia e que a interrupção desse tipo de parto é absolutamente atípica. Optou Roberto Gurgel por sustentar o parecer que defende a liberação do aborto de anencéfalos, embora lembrando que o assunto é tão polêmico que sua própria instituição chegou, em momentos díspares, a emitir dois pareceres contrários.
Peluso rezinga então o nome do relator Marco Aurélio, que começa o que se estenderia por quase duas horas e meia de voto favorável à permissão do aborto de anencéfalos, sem que Peluso lhe dirigisse o olhar. Nesse meio tempo Joaquim Barbosa já havia dado uma canseira no seu capinha. Ficara de pé apoiado no espaldar da poltrona, sentara numa cadeira ergonômica de encosto azul, voltara a ficar de pé com uma das solas sobre um suporte de madeira, sentara na poltrona tradicional e então saíra de cena, talvez para tentar aliviar no gabinete sua radiculite do plexo lombar.
O carioca Marco Aurélio centrou fogo na laicidade do Estado. "Concepções religiosas não podem guiar as decisões estatais, devendo ficar circunscritas à esfera privada" – apesar de a expressão "Deus seja louvado" vir impressa em todas as notas de dinheiro do nosso país, até nas mais recentes, lembra ele –, o que levou alguns a abrir a carteira para checar a veracidade do fato. Enquanto falava do avanço da medicina, "avanço que me permite saber que serei avô de Rafaela", a menina Vitória de Cristo chega no colo da mãe, Joana Croxato. Vitória, com 2 anos e 6 meses, tem acrania. O diagnóstico foi dado na 12ª semana de gravidez e seus pais resolveram levar a gestação a termo. Os três lá estavam a convite do Movimento Brasil sem Aborto, sentaram-se de frente para os ministros e Joana ficou acariciando a cabeça da filha, cuja calota coberta de cabelos foi fechada por cirurgia.
O ministro Ayres Britto fita longamente a criança, a ministra Rosa Weber também. E, seguindo a ordem dos mais novos para os decanos a partir do relator, ela, a gaúcha Rosa, passa a explanar seu voto dizendo que fora visitada por Vitória de Cristo e sua mãe no dia anterior. A ministra, com certo nervosismo, passa a questionar a falácia naturalista e os paradigmas científicos, menciona Plutão, que foi planeta e deixou de sê-lo, termina dizendo que o feto anencéfalo não constitui vida segundo o direito jurídico e vira motivo de chacota em tweets, que dizem que Rosa foi a Plutão e voltou.
O próximo na lista seria Luiz Fux, o ministro de vasta cabeleireira que alguns juram ser peruca e cujo voto de minerva escalpelou a Lei da Ficha Limpa em 2010. Mas Joaquim Barbosa, num raro momento de presença, com um lenço branco à mão, atropelou a ordem da antiguidade e deu seu voto, curto e grosso, dizendo que "seria contrassenso chancelar a liberdade no caso de aborto resultante de estupro e vedar no casos de malformação fetal gravíssima". Saiu para não mais voltar – e votar.
Fux, preocupado em afirmar que o direito ao aborto no caso de anencéfalo era isso, um direito, e não uma obrigação de abortar, foi dos que mais citaram artigos científicos. Os ministros, aliás, receberam uma pasta de referências da biblioteca do Supremo baseada nas seguintes palavras-chave: aborto eugênico, aborto, anencefalia, biodireito, bioética, infanticídio e nascituro. Estavam ali mencionadas 110 obras, 225 periódicos, 34 artigos de jornais, 6 textos na base de dados HeinOnline, 8 na Scielo, 3 projetos de lei e acórdãos de jurisprudência. A maioria mencionou as audiências públicas promovidas pelo STF sobre o assunto em 2008, quando foram ouvidas 25 instituições, além de ministros de Estado e cientistas. Alguns magistrados rasgaram o verbo em italiano, outros em inglês, alguns em alemão, quase todos em latim. E usaram poetas, como Chico. Cármen Lúcia e Ayres Britto praticamente recitaram juntos "A saudade é o revés de um parto / é arrumar um quarto / de um filho que já morreu".
Procuradora-geral no governo Itamar Franco, Cármen Lúcia foi lapidar: "O útero é o primeiro berço de todo ser humano. Quando o berço se transforma em pequeno esquife, a vida se entorta". Acrescentou no seu voto um personagem até então não mencionado, o pai da criança, e por isso foi o único parecer que emocionou Rosivaldo, personagem do documentário Uma História Severina, da antropóloga Debora Diniz e da jornalista Eliane Brum. Rosivaldo é marido de Severina e ambos travaram uma batalha de sete meses para abortar um feto anencéfalo por liminar em 2005. Estavam os dois e o único filho na plateia, vindos de Chã Grande, no brejo pernambucano, trazidos pela Anis – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero.
Às 18h, Ricardo Lewandowski toma o microfone para fechar o primeiro dia de votação com voto contrário aos anteriores. O carioca bate o martelo em que "não é dado aos integrantes do Judiciário promover inovações no ordenamento normativo como se parlamentares eleitos fossem". Essa atribuição, diz ele, caberia ao Congresso, "que nunca fez parecer sobre incluir o feto anencéfalo entre os abortos permitidos". Peluso, que dessa vez deixara o computador de lado para prestar evidente atenção ao voto, encerrou os trabalhos e anunciou a segunda rodada no dia seguinte, a partir das 14h.
Antes de se retirar pelos fundos em direção ao gabinete, Marco Aurélio desce do tablado para dar entrevistas e cumprimentar os plantadores de brócolis Rosivaldo e Severina. Aproveita e comenta o que já corria na rede: "Acabaram de representar contra mim!" Falava da abertura de processo por crime de responsabilidade requerida por parlamentares das bancadas evangélica e católica do Congresso a Sarney alegando que Marco Aurélio emitira juízo de valor em entrevistas dadas ao SBT e à Veja, em 2008, sobre o aborto de fetos anencéfalos. Teria, com isso, antecipado seu voto no julgamento. "Se precisar de advogado, estou aqui", prontificou-se Luís Roberto Barroso, também defensor de Cesare Battisti.
Casa de Suplicação. Bem menos concorrido que no primeiro dia, o STF, antiga Casa de Suplicação, mostrou-se esvaziado do lado de fora. A vigília de terça para quarta não se repetiu de quarta para quinta e um buzinaço econômico pela causa dos poupadores acabou embalando o voto de Ayres Britto. Sua frase que mais reverberou foi: "Se todo aborto é uma interrupção de gravidez, nem toda interrupção de gravidez é um aborto". Mas ele também se saiu com "O grau da civilização de uma sociedade se mede pelo grau de liberdade da mulher" e "A natureza também se destrambelha", aí copiando Tobias Barreto, uma de suas fontes alheias ao calhamaço da biblioteca. O sergipano Ayres Britto fala muita coisa de pronto e, por isso, não se conseguia a íntegra do seu discurso na internet.
Um desses repentes foi um aparte a Gilmar Mendes, quando este afirmou, coçando o gogó, que "as entidades religiosas são quase que colocadas no banco dos réus, como se estivessem a fazer algo indevido". Gilmar disse que os espíritas deveriam participar do debate, no que foi aplaudido visualmente pelo representante da Associação Jurídico-Espírita de Minas Gerais, e que "é preciso ter muito cuidado com faniquitos anticlericais", porque "daqui a pouco nós talvez tenhamos a supressão do Natal, a revisão do calendário gregoriano ou a demolição do Cristo Redentor". Alguns da plateia riram, mas silenciaram com o aparte de Britto: "O Cristo in natura talvez valha mais que o Cristo pasteurizado".
Gilmar não votou contra o direito de aborto de anencéfalo, mas a favor, por entender não parecer tolerável que se imponha à mulher tamanho ônus na falta de um quadro legal para resolver a questão. Sua ressalva disse respeito ao atendimento médico dessa mulher, dado que seu vizinho de mesa, Celso de Mello, também destacou. Celso, avesso a computadores, tinha umas 30 pastas de papel in natura atrás de si com faixas escritas STF amarrando-as todas.
Na cabeceira da Corte, em seu provável último julgamento antes de entregar o posto a Ayres Britto no Dia do Índio, Cezar Peluso clarificou uma posição pré-sabida, a de que seria voto contra nesse julgamento. Por diferentes motivos: porque "o feto é sujeito de direito, e não coisa nem objeto de direito alheio", porque "não é possível detectar o grau de anencefalia e outras deformidades graves", porque a gravidez de anencéfalo "não é sofrimento injusto, como a gravidez fruto do estupro", porque "é assombrosa a semelhança entre aborto de anencéfalo e prática eugênica". Atropelando algumas últimas letras, classificou a situação como "lamentável, não podendo sequer encerrar dizendo que a douta maioria tinha razão".
Ainda se seguiria uma fase tensa, com os ministros discutindo se seria o caso de incluir regras para a implementação da decisão, como um "desde que a mulher seja atendida por três médicos, quatro até", quando o relator afirmou que a maioria já havia decidido pela liberação da interrupção da gravidez de feto sem cérebro. Assim apenas. A Peluso restou ler o acórdão. Não sem antes ouvir os berros de Maria Angélica de Oliveira, autointitulada participante de uma associação de espíritas, que, sentada na primeira fila, chamava os defensores da interrupção de assassinos. Altivos, em ordem regimental, lá se foram os dez com seus capinhas esvoaçantes a tiracolo.
Publicado: O Estadão, domingo, 15/04/2012
Guerra Santa e Faniquitos Clericais
quinta-feira, 22 de março de 2012
Seminário Antropologias na América Latina
Seminario Antropologías en América Latina
26 al 27 de marzo de 2012
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Porto Alegre/ RS – Brasil
Desde su comienzo, la antropología ha estado vinculada de manera muy profunda con las dinámicas del sistema-mundo, mediada por cuestionamientos sobre el colonialismo, el imperialismo, la construcción de nación y el cambiante rol de la otredad en escenarios nacionales e internacionales. (Ribeiro e Escobar, 2008, p. 18)
As chamadas antropologias “não-hegemônicas”, expressão cunhada por Ribeiro e Escobar (2008), designam a produção antropológica nas áreas reconhecidas enquanto periféricas. Tais produções comportam elementos diferenciadores em relação aos paradigmas dominantes. Uma das características mais proeminentes é a necessidade de estabelecer uma tradição antropológica em países que eram, em princípio, quase que exclusivamente fonte e local privilegiados de pesquisa.
Partindo dessa premissa, o seminário Antropologias na América Latina, evento organizado por estudantes do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, objetiva produzir reflexões sobre as condições práticas, teóricas e epistemológicas dos estudos antropológicos e etnográficos na América Latina.
PROGRAMAÇÃO
Mesa de Abertura
26/03/2012 – 9h
Sala Pantheon – Campus do Vale
Prof. Dra. Cornélia Eckert, Coordenadora PPGAS-UFRGS
Rafael Lopo, Comissão Organizadora do Seminário
1. Antropologias Políticas e da política: perspectivas latino-americanas
Conferencistas: Jhon Antón (Equador) e Pablo Séman (Argentina)
26/02/2012 – 9h15
Sala Pantheon - Campus do Vale
Mediadora: Janaina Campos Lobo
2. Estado e Antropologia: a constituição das identidades na América Latina hoje
Conferencistas: Emerson Giumbelli (Brasil) e Paz Xóchitl Ramírez Sanchéz (México)
26/03/2012 – 14h30
Sala Pantheon – Campus do Vale
Mediador: Rodrigo Dornelles
3. Antropologias em Trânsito
Conferencistas: Antonádia Borges (Brasil) e Zandra Pedraza (Colômbia)
27/03/2012 – 9h
Sala Pantheon – Campus do Vale
Mediadora: Victoria Irisarri
4. Antropologias das Migrações e Alteridades
Conferencistas: Pilar Uriarte (Uruguai) e Alfonso Hinojosa Gordonava (Bolívia)
27/03/2012 – 14h30
Sala Pantheon – Campus do Vale
Mediador: Rodrigo Toniol
Atenciosamente,
Comissão organizadora do
Seminário Antropologías na América Latina
quinta-feira, 8 de março de 2012
Nós, as Mulheres da Periferia

JÉSSICA MOREIRA, 20, estuda jornalismo e mora em Perus
MAYARA PENINA, 21, de Paraisópolis, estuda jornalismo
SEMAYAT OLIVEIRA, 23, jornalista, vive na Cidade Ademar
PATRÍCIA SILVA, 23, é jornalista e mora no Campo Limpo
Todas são correspondentes do blog Mural, da Folha.com
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
I Semana de Encontros Graduados de Ciências Sociais da UnB
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Prova: disciplina de Direitos, Legalidades e Moralidades
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Departamento de Antropologia Social
Disciplina: HUM 05015 - Direitos, Legalidades e Moralidades - 02/2011;
Professora: Patrice Schuch (patrice.schuch@uol.com.br);
Estagiários docentes: Liziane Gonçalves e Vitor Ritcher
PROVA
Considere o trecho abaixo:
“O antropólogo, fazendo valer seus direitos à micro-análise, torna visíveis os campos que as pessoas, cheias de ambiguidade, inventam e que regem suas vidas. Tais campos de ação e significância – vazando de todos os lados – são mediados por poder e conhecimento e são também animados por reivindicações de direitos básicos e desejos, como Evangivaldo afirma. Não basta simplesmente observar que existem complicadas novas configurações de segmentos globais, políticos, técnicos, biológicos (etc) ou que elas são temporariamente a norma. Precisamos ficar atentos às maneiras como essas configurações são constantemente construídas, desfeitas e refeitas pelo desejo e o devir de pessoas reais – vivendo no caos, no desespero e na aspiração, da vida em circunstâncias idiossincráticas. (...) E ao tornar públicos esses campos singulares - sempre à beira de desaparecer – o antropólogo ainda permite que processos estruturais e idiossioncrasias institucionais mais amplos se tornem visíveis e seu verdadeiro impacto conhecido” (João Biehl, “Antropologia no Campo da Saúde Global”, Horizontes Antropológicos 35, Ciência, Poder e Ética. POA, jan/jul 2011).
Utilizando-se da bibliografia dos blocos 4 e 5 da disciplina (mínimo de 3 textos), disserte sobre a contribuição da perspectiva antropológica para a compreensão de uma das seguintes problemáticas abaixo:
1) Violência e cidadania no Brasil: dilemas e paradoxos;
2) Políticas públicas e as dinâmicas da vitimização: modos de classificação/categorização de populações e processos de mobilização social;
3) As relações entre leis, moralidades e práticas sociais em um dos seguintes campos de intervenção: a) infância, juventude e família; b) políticas de gênero e/ou violência contra a mulher; c) práticas de mediação/conciliação judicial e novos instrumentos técnicos/científicos de intervenção.
Formato: no máximo 5 páginas em espaço 1,5 letra Times New Roman. Colocar bibliografia ao final do trabalho e citar fontes de citações literais.
Data e Modo de Entrega: A prova deve ser entregue no dia 02/12/2011, das 18:45 h até às 19:45 h, na sala de aula 203 do Prédio de Aulas do IFCH.
Prova de Recuperação: A prova de recuperação abrangerá todo o conteúdo do semestre e será realizada presencialmente, no dia 09/12/2011, das 18:45 h até às 21:40 h na mesma sala das aulas. Os alunos serão avisados das notas finais via e-mail institucional e via mural no Prédio de aulas do IFCH, até o dia 06/12/2011.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Convite: II Jornada de Pesquisa sobre Infância e Família
II Jornada de Pesquisa sobre Infância e Família
24 e 25 de novembro de 2011
http://www.wix.com/2jornada/2011
PUCRS, prédio 5
24 de novembro
13h30 – Inscrições – saguão do prédio 5
14h – Abertura - Auditório
14h30 – 18hs
Sessão de Comunicações I - Crianças, cotidiano e artes de governo
Coordenação: Patrice Schuch (UFRGS)
Debatedora: Luis Eduardo Thomassim (UFPR)
Carin Klein (UFRGS ; Pref. Municipal de Canoas)
A educação de mulheres-mães pobres para uma "infância melhor"
Carolina Sette Pereira (UERJ), Anna Paula Aziel (UERJ)
“Família é a gente com quem se conta”: o Programa Família Acolhedora ampliando a rede de pertencimento
Luciana Pêss (UFRGS)
O "melhor interesse da criança" entre o abrigo e a família de origem: refletindo sobre o papel do Estado e das famílias na garantia dos direitos da criança e do adolescente
Maria Celeste Hernández (NES, UNLP/ CONICET ; IDAES-UNSAM)
Proximidad geográfica y distancias sociales: "el campito" delimitando cotidianeidad
Rita de Cácia Oenning da Silva (PPGAS/UFSC ; Shine a Ligth)
Batalhando na periferia: Música, dança e mídia digital entre crianças artista de Recife (Doutora em Antropologia
Simone Santos de Albuquerque (UFRGS)
“Que a escola cuide como a gente cuida: Das lógicas familiares às lógicas escolares: confrontos e desafios”
19h – 21h30 – prédio 5 – Auditório
Mesa I - Crianças e Infâncias: perspectivas antropológicas
Coordenação: Fernanda B. Ribeiro (PUCRS)
Participantes:
Clarice Cohn (UFSCAR)
Carla Villalta (UBA)
Claudia Fonseca (UFRGS)
25 de novembro
8h30 – 11h15 – sala 205
Sessão de Comunicações II - Direitos, Instituições e Práticas
Coordenação: Jair Silveira Cordeiro (PUCRS)
Debatedor: Fernanda Bestetti de Vasconcellos (PUCRS)
Beatriz Gershenson Aguinsky (coordenadora), Patrícia Krieger Grossi, Francisco Arseli Kern, Alessandra Paz, Alessandra da Silva Prado, Carolina Gomes Fraga, Graziela Milani Leal, Débora Cunha, Lisélen de Freitas Ávila, Liziane Giacomelli Henriques da Cunha, Evandro Magalhães Davis. (PUCRS)
Medidas Socioeducativas em Meio Aberto no Estado do Rio Grande do Sul: o desafio da municipalização
Bruna Potechi (UFSCAR)
Quando começa a pessoa legal? O nascituro nos discursos legislativos no Brasil
Eduardo Georjão Fernandes (UFRGS, PUCRS), Mariana Dutra de Oliveira Garcia (UFRGS, PUCRS)
O depoimento sem dano como meio de prova de autoria de delitos sexuais na justiça penal juvenil
Fabiane Simioni (UFRGS, CLADEM)
Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos para adolescentes privados de liberdade
Janaina de Souza Bujes (PUCRS ; UFRGS), João Henrique Muniz Conte (UFRGS), Mariana Chies Santiago Santos (UFRGS, PUCRS), Natália Piffero dos Santos (UFRGS)
Jovem Violento ou Jovem Violentado? Da não cidadania para a (continuação da não) cidadania
Jonas de Souza Castilhos (UFRGS)
Quem paga a conta? As práticas de gerenciamento financeiro em um abrigo para crianças e adolescentes de Porto Alegre/RS
José Carlos Sturza de Moraes (UFRGS ; Escola Técnica José Cesar de Mesquita)
Quando policiais moram na escola - Algumas reflexões sobre a política pública de "PM Residente" no RS
8h30 – 11h15 - Auditório
Sessão de Comunicações III – Famílias, Crianças e Educação
Coordenação: Marco Paulo Stigger (UFRGS)
Debatedora: Paula Sandrine Machado (UFRGS)
Adriana Bozzetto (PPGMUS/UFRGS)
Um olhar investigativo para o projeto educativo das famílias de crianças e jovens que aprendem música em uma orquestra
Antônio Genivaldo Silva Feitosa (UFRGS ; SMED Novo Hamburgo)
A infância abrigada: impressões das crianças na casa abrigo
Maria Lídia Medeiros de Noronha Pessoa (UFPI)
A Criança e a Linguagem
Mariana Inês Ohlweiler (UFRGS)
Discursos infantis sobre o exercício da parentalidade na contemporaneidade
Priscila Matta (USP)
Aprendizagem, percepções sobre o ambiente e cadeias de sociobiodiversidade
Roseli Nazario (UFSC)
Crianças pequenas em uma “Casa Lar” do município de Florianópolis - SC: uma aproximação às suas experiências nesse contexto
Santiago Pavani Dias (PUCRS), Ana Karina dos Santos Cabral (PUCRS), Milena Cassal Pereira (PUCRS, Ação Rua)
O(A) Cientista Social como Educador(a) em Espaços/Programas de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do(a) Adolescente: contribuições, dúvidas e dificuldades
11h30 – 12h30
Sessão de Apresentação de Pôsteres
Coordenação: Vitor Richter (UFRGS)
Debatedoras: Luísa Dantas (UFRGS) e Maria Celeste Hernández (UNLP/CONICET; IDAES/UNSAM)
Amanda Chaves Pinheiro (IF SUDESTE MG, UFJF)
A criança negra de abrigo: a constituição da metáfora do “lixo social”
Ana Cristina Crossetti Vidal (UFRGS)
Imagens de Velhice: olhares das crianças sobre o sujeito velho
Andréa Simões Rivero (UFSC)
Quem educa as crianças? Um estudo sobre as brincadeiras nos modos de construção de infâncias de crianças de contextos populares em uma instituição de educação infantil
Anna Cristina Costa da Silva (PUCRS, FAPA, UFRGS)
Infâncias na escola fundamental: crianças vivendo e pensando os tempos e os espaços do recreio escolar
Bruna Krimberg von Mühlen (PUCRS), Diego Dewes (PUCRS), Marlene Neves Strey (PUCRS)
Segredos na família e a não autorização para a criança aprender
Cristiane Vieira Chagas, Letícia Horn Oliveira, Jacqueline Costa, Carlos Hoffmann, Cristiane Marins (INSAPECA/ Faculdade Dom Bosco de Porto Alegre)
Sair da rua: fácil falar, difícil fazer! Um estudo sobre a rede de Apoio Social a crianças e adolescentes em situação de rua moradia na Região Central de Porto Alegre
Felipe Faoro Bertoni (PUCRS), Natália Piffero dos Santos (UFRGS)
Breves linhas sobre a problemática concernente à prescrição das medidas socioeducativas
Fernanda Brenner Morés (PUCRS), Esalba Silveira (PUCRS, HCPA)
O mapa do tesouro: conhecendo como se expressa a concepção de saúde em um grupo de crianças em idade escolar
Júlia Correa Pinto (UFRGS), Priscila Pavan Detoni (UFRGS, CRAS Sul/FASC)
Projetos e políticas de proteção à infância e família
Kirla Korina dos Santos Anderson
Cuidar para bem “educar”: práticas de socialização entre camadas médias em Belém /PA
Luciana Hahn Brum (UFRGS, Colégio de Aplicação)
Olhar indígena na cidade: Noções de beleza corporal na infância feminina Kaingang
Maria Heloisa Martins da Rosa (UFPEL), Priscila Evely Marinho Machado (UFPEL)
As crianças na família Mbya Guarani
Marina Dovoglio Tolotti (PUCRS), Tárcia Rita Davoglio (PUCRS), Daniela Canazaro de Mello (PUCRS), Gabriel José Chittó Gauer (PUCRS), Giovani Saavedra (PUCRS)
Bebês que Vivem na Prisão
Martina Pereira Gomes (UFRGS)
O Estado da arte do trabalho infantil nas instituições de ensino superior do Rio Grande do Sul
Ricardo Cristofolini Vicente (UFSC)
O ensino do direito na formação dos conselheiros tutelares
14h30 - 18hs – Auditório
Mesa II: Família, Conflitos e Direitos: leis e práticas
Coordenação: Denise Jardim (UFRGS)
Debatedora: Patrice Schuch (UFRGS)
Participantes:
Carmen Craidy (UFRGS)
Fernanda B. Ribeiro (PUCRS)
Rodrigo G. de Azevedo (PUCRS)
Realização: NACI/PPGAS/UFRGS, PPGCS/PUCRS
Apoio: INCT-InEAC, PUCRS, UFRGS
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Convite: Ciclo de Debates "Relatos de Pesquisa"
Ciclo de Debates:
RELATOS DE PESQUISA
Dias: 11/11/20011, 18/11/2011 e 09/12/2011
A partir de relatos de pesquisa de profissionais que trabalham em áreas variadas - saúde e medicamentos, religião e política e grupos populares e políticas urbanas – o ciclo de debates “Relatos de Pesquisa” visa ensejar a reflexão sobre as condições, possibilidades e desafios da prática antropológica de hoje. Objetiva-se capacitar alunos e pesquisadores na prática etnográfica e aproximar profissionais diversos aos debates antropológicos sobre temas como saúde e medicamentos, religião e política e políticas urbanas e grupos populares.
Promoção: Núcleo de Antropologia e Cidadania (NACi)/UFRGS
Local: IFCH/UFRGS
Programação:
Data: 11/11/2011
Local: Mini-auditório do IFCH
Hora: 14:30h.
Soraya Fleischer (UnB)
“O esfigmomanômetro: Um oráculo acessível e eficiente no cuidado da hipertensão arterial entre camadas populares do Distrito Federal”
Data: 18/11/2011;
Local: Mini-auditório do IFCH
Hora: 09:00h
Francisco Pereira Neto (UFPEL)
“Diversidade religiosa na periferia: comunidade, poder e religião em cidades brasileiras”.
Data: 09/12/2011
Local: Pantheon, IFCH
Hora: 14:30h.
Inscrições gratuitas no local.
Certificado do Ciclo de Debates: R$ 5,00 pago no local.
Informações: naci-ufrgs@yahoogrupos.com.br